Orixás da Umbanda: conheça suas histórias, significados e tradições

Por Equipe Horóscopo Virtual Publicado: Atualizado:

A Umbanda é uma religião brasileira que une elementos do Catolicismo, do Espiritismo e das religiões de matriz africana.

Uma das bases fundamentais da Umbanda é o culto aos Orixás, forças divinas que representam aspectos da natureza, da vida humana e do universo.

Neste artigo, você vai conhecer quem são os Orixás cultuados na Umbanda, suas origens e significados.

O que são Orixás?

É comum que os Orixás sejam confundidos com deuses, mas essa definição não é a mais adequada. Eles são entidades sobrenaturais poderosas e, por que não?, divinas e que fazem a intermediação entre o ser humano e Olorum (ou Olodumare, no Candomblé), o deus soberano e senhor de tudo.

Orixás podem ser considerados energias criadas por Olorum ou ancestrais que foram divinizados. No segundo caso, encontramos Orixás que foram figuras importantes na Terra e, após sua morte, passaram a ser cultuados na mitologia africana.

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Seja qual for o caso, os Orixás apresentam personalidades muito aproximadas às dos seres humanos: sentem paixão, raiva, ciúmes, alegria etc. Também representam forças da natureza, possuem histórias únicas e têm oferendas, cores, símbolos e cantigas específicas relacionados a si, como veremos mais adiante.

Mitologia dos Orixás na Umbanda

Os Orixás são divindades originárias das tradições religiosas africanas, especialmente do povo iorubá, e chegaram ao Brasil durante o período da escravidão.

Na Umbanda, esses seres espirituais são considerados forças da natureza personificadas, representando qualidades, arquétipos e caminhos evolutivos da alma.

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Diferente do Candomblé, que cultua os Orixás como entidades que incorporam nos rituais, a Umbanda entende os Orixás mais como energias superiores regentes, enquanto quem incorpora nos terreiros são os guias e entidades espirituais como Caboclos, Pretos-Velhos e Erês que trabalham sob a proteção dessas divindades.

Cada Orixá tem seus símbolos, cores, elementos da natureza, pontos cantados e arquétipos próprios, sendo relacionados a diferentes aspectos da vida, como amor, justiça, saúde, sabedoria, entre outros.

Características dos Orixás na Umbanda

Os Orixás na Umbanda são energias divinas que representam forças naturais e arquétipos universais.

Sua atuação ocorre tanto no plano espiritual quanto no plano terreno, influenciando aspectos como o comportamento, a personalidade e os caminhos dos seres humanos.

Cada pessoa tem um ou mais Orixás que a regem, chamados de Orixás de cabeça, que influenciam diretamente seu temperamento, seu desenvolvimento espiritual e suas afinidades

Eles são invocados nos rituais de Umbanda por meio de cânticos (pontos), oferendas e orações específicas.

Na prática umbandista, os Orixás não incorporam diretamente nos médiuns, quem se manifesta são os guias espirituais que atuam sob a regência desses Orixás, como parte de suas falanges.

Conheça os Orixás da Umbanda e seus significados

Você sabia que, na tradição Iorubá, existem mais de 400 Orixás? No entanto, apenas uma parte deles passou a ser cultuada nas religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda.

No Brasil, o número de Orixás conhecidos e reverenciados é bem menor, concentrando-se especialmente naqueles que tiveram seus mitos transmitidos oralmente ou reconstruídos com base nas práticas e influências locais.

Imagem de Oxossi, orixá

A seguir, vamos apresentar os Orixás mais populares dentro da Umbanda, destacando seus domínios, elementos simbólicos e significados espirituais.

Para facilitar a compreensão, dividiremos esse conteúdo entre os Orixás femininos e os Orixás masculinos.

Orixás Femininas

As Orixás femininas representam o acolhimento, o amor, a fertilidade, os ciclos da vida, a intuição, o cuidado e as forças transformadoras da natureza. São forças de equilíbrio, poder e conexão com os mistérios profundos da criação.

Oxum

Domínio: Deusa das águas doces, do amor, da beleza e da fertilidade.

Símbolos e elementos: espelho, leque e rios.

Cor associada: amarelo e dourado.

Saudação: “Ora iê iê ô!”

Outras informações: representa a feminilidade, a delicadeza e o poder do encantamento. Oxum é considerada mãe de Logunedé e associada à riqueza e à prosperidade.

Iemanjá

Domínio: Rainha do mar, protetora das famílias e dos navegantes.

Símbolos e elementos: peixes, sereias, espelho e pente.

Cor associada: azul claro e branco.

Saudação: “Odô iá!”

Outras informações: Iemanjá é vista como a mãe de muitos Orixás, sendo símbolo de amor materno, acolhimento e força emocional.

Aprenda um pouco mais sobre as cores dos Orixás

Iansã (Oyá)

Domínio: Senhora dos ventos, tempestades e dos espíritos dos mortos.

Símbolos e elementos: espada, raio e vento.

Cor associada: vermelho, rosa e marrom.

Saudação: “Epa hey Oyá!”

Outras informações: guerreira destemida, Iansã representa a transformação, a coragem e o domínio sobre os eguns (espíritos).

Nanã

Domínio: Mãe ancestral ligada às águas paradas, à morte e à renovação.

Símbolos e elementos: ibiri (cetro feito de palha e búzios), lama e pântano.

Cor associada: roxo, lilás e branco.

Saudação: “Saluba Nanã!”

Outras informações: Nanã é a Orixá mais velha do panteão, representando a sabedoria antiga, o tempo e a ancestralidade.

Orixás Masculinos

Oxalá

Domínio: Pai da criação, representa a paz, a sabedoria e a harmonia universal.

Símbolos e elementos: cajado (opaxorô), pano branco, pombas.

Cor associada: branco.

Saudação: “Epa Babá!”

Outras informações: Oxalá é o Orixá mais respeitado do panteão. Divide-se em duas manifestações: Oxalufã (idoso, mais introspectivo e sereno) e Oxaguiã (jovem, guerreiro e renovador).

Ogum

Domínio: Deus da guerra, dos caminhos, das ferramentas e da tecnologia.

Símbolos e elementos: espada, ferro, fogo.

Cor associada: Azul escuro ou vermelho.

Saudação: “Ogunhê!”

Outras informações: Ogum representa coragem, trabalho e superação. É o primeiro Orixá a abrir os caminhos, depois de Exu.

Oxóssi

Domínio: Senhor das matas e da caça, protetor da fartura e da sabedoria.

Símbolos e elementos: arco e flecha, florestas, animais.

Cor associada: verde e azul-turquesa.

Saudação: “Okê Arô!”

Outras informações: Oxóssi é considerado o Orixá da busca, do conhecimento e da observação silenciosa. Patrono dos caboclos na Umbanda.

Xangô

Domínio: Orixá da justiça, do trovão, do fogo e da liderança.

Símbolos e elementos: machado de dois gumes (oxê), raios e trovões.

Cor associada: vermelho, marrom e branco.

Saudação: “Kaô Kabecilê!”

Outras informações: Xangô é visto como juiz supremo, protetor dos injustiçados. Também está ligado à sabedoria ancestral e ao equilíbrio entre razão e emoção.

Omulu (ou Obaluaiê)

Domínio: Senhor da cura, das doenças e da transmutação espiritual.

Símbolos e elementos: palha da costa (que cobre o rosto), pipocas, fogo.

Cor associada: marrom, roxo, preto e branco.

Saudação: “Atotô!”

Outras informações: Omulu (ou Obaluaiê) tem forte ligação com a ancestralidade, os cemitérios e a transformação. Na Umbanda, Omulu e Obaluaiê costumam aparecer como aspectos distintos (idoso e jovem).

Ossaim

Domínio: Orixá das folhas, das ervas medicinais e dos segredos da natureza.

Símbolos e elementos: ramos de folhas, bastão de folhas (opassorô), mata.

Cor associada: verde.

Saudação: “Ewé ô!”

Outras informações: Ossaim é o detentor do axé das ervas. Nenhum ritual pode ser realizado sem a bênção de suas folhas.

Oxumaré

Domínio: Orixá da renovação, do movimento e da dualidade (masculino/feminino).

Símbolos e elementos: arco-íris, serpente.

Cor associada: cores do arco-íris, especialmente verde e amarelo.

Saudação: “Arroboboi Oxumarê!”

Outras informações: Oxumaré representa a ligação entre céu e terra, simbolizando a continuidade dos ciclos naturais e espirituais.

Logunedé

Domínio: Jovem caçador e príncipe, une as energias de Oxum e Oxóssi.

Símbolos e elementos: espelho, flecha, peixe dourado.

Cor associada: azul-claro, amarelo e dourado.

Saudação: “Logun ô akofá!”

Outras informações: Logunedé é o Orixá da beleza, juventude e delicadeza unida à bravura. Representa a dualidade entre o mundo urbano e o natural.

Ibejis

Domínio: Orixás gêmeos que regem a infância, a alegria e a pureza.

Símbolos e elementos: brinquedos, doces, flores.

Cor associada: rosa, azul-claro, branco.

Saudação: “Omi Bejé!”

Outras informações: os Ibejis representam o equilíbrio, a dualidade e a proteção infantil. Costumam ser cultuados em pares e recebem oferendas com alimentos doces.

Oxalufã

Domínio: Orixá associado à sabedoria, à velhice, à serenidade e à criação do mundo.

Símbolos e elementos: cajado (opaxorô), roupas brancas, búzios, algodão.

Cor associada: branco.

Saudação: “Êpa Babá!”

Outras informações: Oxalufã representa a energia ancestral e a paciência divina. É cultuado como o Oxalá mais velho, associado à paz, ao silêncio e à contemplação. Suas oferendas costumam ser brancas e suaves, como arroz, canjica branca e flores claras.

Oxaguian

Domínio: Orixá da juventude, da luta, da coragem e da força na criação.

Símbolos e elementos: espada, pilão, escudo.

Cor associada: branco.

Saudação: “Êpa Babá!”

Outras informações: Oxaguian representa a vitalidade e o dinamismo de Oxalá jovem. Está ligado à ação e ao movimento, sendo cultuado como o Oxalá guerreiro. Suas oferendas incluem alimentos brancos, mas também podem conter elementos que expressem sua energia de combate e transformação.

Dias da semana de cada Orixá na Umbanda

Na Umbanda, os dias da semana são tradicionalmente associados a diferentes Orixás, criando uma harmonia energética entre o tempo e as forças da natureza.

Calendário de papel reciclado ao fundo cinza

Essa organização espiritual orienta rezas, oferendas e rituais ao longo da semana, facilitando a conexão com cada divindade conforme sua vibração predominante.

É importante lembrar que essa divisão pode variar entre os terreiros, mas é amplamente adotada como referência nas práticas devocionais.

Veja abaixo a relação entre os dias da semana e os Orixás mais cultuados:

Domingo - Oxalá

O domingo representa a luz, a fé e a espiritualidade elevada. É o dia do descanso e da renovação, simbolizando a criação e a paz, atributos de Oxalá, o Orixá maior, pai de todos, associado à sabedoria e à pureza espiritual.

Segunda-feira - Exu (em alguns terreiros), Obaluaiê e Omulu

A segunda-feira carrega a energia de abertura e transição entre o espiritual e o material. Exu, o mensageiro entre os mundos, é cultuado nesse dia em muitos terreiros. Já Obaluaiê e Omulu, ligados à cura, à morte e à transformação, também regem este dia, marcado por introspecção, proteção e purificação.

Terça-feira - Ogum

A terça é o dia da ação, da coragem e das batalhas vencidas. É o momento de buscar força para superar obstáculos. Por isso, Ogum, o Orixá guerreiro e abridor de caminhos, é reverenciado neste dia, representando o movimento e a determinação.

Quarta-feira - Xangô

Quarta-feira é o dia da justiça, do equilíbrio e do bom senso. A vibração deste dia se alinha com Xangô, senhor do trovão e da sabedoria, que atua na resolução de conflitos e no estabelecimento da ordem e da verdade.

Quinta-feira - Oxóssi e Iemanjá

A quinta-feira traz a vibração da fartura, da intuição e da sustentação espiritual. Oxóssi, o caçador das matas, representa a sabedoria e a busca pelo conhecimento. Iemanjá, rainha dos mares, é cultuada nesse mesmo dia por muitos terreiros, trazendo a força do amor materno, da proteção e da espiritualidade profunda.

Sexta-feira - Oxum e Iansã

A sexta é marcada pela beleza, pelo amor e pelas emoções intensas. Oxum, dona das águas doces, simboliza o afeto, a fertilidade e a riqueza espiritual. Iansã, senhora dos ventos e das tempestades, rege as transformações e mudanças necessárias para o crescimento interior.

Sábado - Nanã, Oxumaré, Ossaim e Logunedé

O sábado é um dia voltado ao recolhimento, à sabedoria ancestral e à renovação da alma. Nanã, a mais velha dos Orixás, simboliza o respeito pelos ciclos da vida. Oxumaré representa o movimento contínuo da vida e da dualidade. Ossaim, senhor das folhas e da cura, rege o poder das plantas medicinais. Logunedé, por sua vez, traz o equilíbrio entre as forças masculinas e femininas, juventude e beleza.

Pontos cantados dos Orixás na Umbanda

Os pontos cantados são cânticos sagrados que invocam a força dos Orixás durante os trabalhos espirituais. Eles estabelecem conexão com as divindades e movimentam a energia no terreiro.

Descubra a oferenda que mais agrada a cada Orixá

Cada Orixá possui pontos específicos com ritmos e mensagens únicas. Veja alguns exemplos:

Ogum

Significado dos pontos de Ogum:

Os pontos cantados para Ogum exaltam sua força guerreira, sua coragem e sua função de abrir caminhos. Eles são entoados para invocar proteção, firmeza nas batalhas espirituais e superação de obstáculos. As letras costumam mencionar espadas, caminhos de ferro, trilhas e batalhas, representando a luta por justiça e a vitória contra as energias negativas. Ao cantar para Ogum, os médiuns e fiéis evocam sua presença como defensor e guia nos momentos de dificuldade.

Oxum

Significado dos pontos de Oxum:

Os pontos de Oxum são suaves, melodiosos e carregados de emoção. Eles destacam sua beleza, doçura, poder de cura e conexão com as águas doces. Os cânticos costumam invocar temas como o amor, a fertilidade, a maternidade e a riqueza espiritual. Ao entoar pontos para Oxum, busca-se equilíbrio emocional, limpeza espiritual e bênçãos nos relacionamentos. São pontos que tocam o coração e acalmam a alma, refletindo a energia acolhedora dessa Orixá.

Xangô

Significado dos pontos de Xangô:

Os pontos cantados de Xangô carregam força e imponência, refletindo sua ligação com o trovão, a justiça e a sabedoria. Eles são usados para clamar por equilíbrio, retidão e discernimento diante de decisões importantes. Os cânticos frequentemente fazem referência ao fogo, ao machado de dois gumes e aos raios, que simbolizam sua autoridade e sua capacidade de julgar com firmeza. Ao cantar para Xangô, os terreiros buscam sua proteção diante de injustiças e sua ajuda para restaurar a ordem.

Esses pontos são aprendidos com os mais velhos da religião e variam entre os terreiros, mas todos carregam grande força espiritual.

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Filmes e documentários sobre Orixás

Para quem deseja se aprofundar na espiritualidade afro-brasileira e entender melhor a simbologia dos Orixás, há filmes e documentários disponíveis que retratam essas divindades com sensibilidade e respeito. Alguns destaques:

🎬 Xirê dos Orixás - A Festa da Natureza (2015/2016)

O documentário tem um foco nos 16 principais Orixás do Candomblé, com narração e entrevistas com especialistas, apresentações de sacralidades e encontros com líderes religiosos.

Explora a essência da natureza e da ancestralidade africana no Brasil.

🎬 Orin: Música para os Orixás (2018)

O documentário aproxima as cantigas sagradas do Candomblé - os Orin - da cultura musical brasileira. Aborda como esses ritmos influenciaram gêneros como samba, baião e funk, destacando o papel espiritual da música nos terreiros. 

🎬 Atlântico Negro: Na Rota dos Orixás - Aspectos da Cultura Brasileira (2012)

Trata-se de um documentário que explora a preservação do culto aos Orixás em terreiros da Bahia e Maranhão, os ritos africanos tradicionais e a resistência cultural ancestral.

Essas obras ajudam a descolonizar o olhar sobre a espiritualidade e valorizam o legado ancestral afro-brasileiro.

Curiosidades sobre os Orixás da Umbanda

A riqueza da religiosidade afro-brasileira desperta muitas dúvidas e descobertas fascinantes, principalmente para quem está começando sua jornada espiritual. Nesta seção, reunimos informações que ajudam a compreender melhor o universo dos Orixás na Umbanda.

Diferença entre Orixás e guias espirituais na Umbanda

Uma dúvida comum entre iniciantes na Umbanda é a diferença entre os Orixás e os guias espirituais. Os Orixás são forças primordiais da natureza, divindades que regem tudo o que existe.

Eles representam arquétipos divinos, energias que não incorporam nos médiuns durante os trabalhos espirituais. Já os guias espirituais são espíritos de luz que já viveram na Terra e que se manifestam por meio da incorporação nos rituais.

São exemplos de guias: Caboclos, Pretos-Velhos, Erês, Exus e Pombagiras. Cada guia atua dentro de uma linha espiritual sob a regência de um Orixá.

Portanto, enquanto os Orixás representam a força divina que orienta e comanda, os guias são os mensageiros e executores dessas forças aqui na Terra, trazendo cura, orientação e equilíbrio espiritual.

Origem africana dos nomes dos Orixás

Os nomes dos Orixás têm origem na língua iorubá, falada originalmente por povos do atual território da Nigéria e de outros países da África Ocidental. Cada nome carrega um significado profundo que revela aspectos da personalidade, domínio e função espiritual da divindade.

Por exemplo:

Oxalá vem de "Obàtálá", que pode ser traduzido como "rei do pano branco", em referência à pureza.

Xangô vem de "Sàngó", nome de um antigo rei guerreiro do povo iorubá, associado ao trovão e à justiça.

Oxum, de "Òsun", está ligada às águas doces, ao ouro e à fertilidade.

A preservação desses nomes em rituais e cânticos mostra o quanto a ancestralidade africana segue viva na Umbanda.

Orixás e seus elementos da natureza

Na Umbanda, cada Orixá está diretamente ligado a um elemento da natureza, que simboliza sua força, domínio e forma de atuação espiritual. Essa conexão não é apenas simbólica, mas orienta práticas litúrgicas, oferendas e até mesmo o comportamento dos filhos de santo.

Veja alguns exemplos:

Oxum rege os rios e cachoeiras, fontes de doçura e fertilidade.

Iemanjá comanda os mares, representando a maternidade e a profundidade emocional.

Ogum é associado ao ferro e ao fogo, sendo o senhor dos caminhos e das batalhas.

Oxóssi se manifesta nas matas e florestas, simbolizando a caça, a fartura e a sabedoria da natureza.

Conhecer esses elementos fortalece a conexão espiritual e ajuda a entender como os Orixás se expressam na vida cotidiana.

O que significa “assentar um Orixá”?

“Assentar um Orixá” é um dos rituais mais importantes nas religiões de matriz africana, incluindo algumas vertentes da Umbanda. Esse ato representa a criação de um ponto de força onde a energia do Orixá pode ser cultuada, invocada e sustentada no plano físico.

O assentamento geralmente envolve elementos naturais (como pedras, ervas, metais e água), objetos sagrados e símbolos que representam aquele Orixá. Esses elementos são colocados em um recipiente específico (como um otá ou pote) e preparados conforme os preceitos da casa ou terreiro.

O objetivo é estabelecer uma ligação direta entre o Orixá e o médium ou o templo, criando um canal de proteção, força e orientação espiritual. Cada casa tem sua forma de realizar esse processo, e nem todas as vertentes da Umbanda realizam assentamentos da mesma maneira que o Candomblé, por exemplo.

Como os Orixás se manifestam nos rituais

Na Umbanda, os Orixás não se manifestam diretamente através da incorporação, quem se manifesta são os guias espirituais, que atuam sob a orientação dos Orixás.

No entanto, os rituais são elaborados para invocar a presença e a energia dessas divindades, promovendo cura, equilíbrio e direcionamento espiritual.

A manifestação dos Orixás nos rituais ocorre por meio de:

  • Pontos cantados: cânticos que chamam a vibração de um Orixá.
  • Pontos riscados: símbolos sagrados desenhados no chão ou em objetos.
  • Toques de atabaque: ritmos específicos que evocam a energia de cada Orixá.
  • Elementos naturais: uso de velas, ervas, flores, alimentos e cores ligados a cada divindade.

Essas manifestações criam um campo vibracional que permite que os trabalhos espirituais ocorram com mais fluidez e proteção. Mesmo sem incorporação direta, a força do Orixá é sentida e reverenciada por todos os presentes.

Os Orixás na Umbanda são mais do que símbolos: são forças vivas que regem o universo e atuam diretamente na vida espiritual e material dos fiéis.

Conhecer seus arquétipos e atributos é uma forma de aprofundar o entendimento sobre a religião e sobre si mesmo, pois cada pessoa carrega dentro de si aspectos dessas divindades ancestrais. Axé!

 

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