A Umbanda é uma religião afro-brasileira que une elementos das tradições africanas, indígenas, católicas e do espiritismo kardecista. Criada no Brasil no início do século XX, ela se fundamenta na caridade, no amor ao próximo e na conexão com o mundo espiritual.
Com a presença dos Orixás,das entidades espirituais e dos rituais que envolvem cantos, defumações e incorporações, a Umbanda oferece caminhos de cura, orientação e equilíbrio espiritual.
Neste artigo, você vai entender o que é a Umbanda, conhecer suas origens, saber como funcionam os terreiros e giras, descobrir quem são os Orixás e as entidades que trabalham nas linhas espirituais, além de refletir sobre os tabus que ainda cercam essa prática tão rica e transformadora.
Explore a seguir os principais fundamentos dessa religião que continua a inspirar milhões de brasileiros com sua simplicidade, fé e força espiritual.
O que é a Umbanda?
A Umbanda é uma religião afro-brasileira fundada no início do século XX principalmente na região do Rio de Janeiro e se caracteriza pela sua rica miscigenação cultural.
Com raízes nas crenças africanas, indígenas e europeias, a Umbanda se destaca por sua filosofia de caridade, amor e simplicidade.
História e origem
A Umbanda tem suas origens na miscigenação cultural e religiosa do Brasil, combinando elementos do Candomblé, da religião dos povos indígenas brasileiros, do Catolicismo e do Espiritismo. Ela surgiu no início do século XX, em um contexto de mudanças sociais e culturais intensas no país.
Muitos historiadores acreditam que a Umbanda já existia há algum tempo, porém foi só em 1908 que uma figura ganhou notoriedade. Zélio Fernandino de Moraes ficou conhecido como fundador da Umbanda mas acredita-se que muitos negros e indígenas já faziam parte da religião.
A palavra "Umbanda" tem suas origens no vocabulário quimbundo, que é uma língua falada em Angola, e significa "arte de curar" ou "cura". Esse termo foi adotado para denominar a religião que se desenvolveu no Brasil, refletindo a ênfase da Umbanda na cura espiritual e no bem-estar dos seus praticantes.
Diferenças entre Umbanda, Candomblé e Quimbanda
Embora compartilhem raízes africanas e elementos em comum, Umbanda, Candomblé e Quimbanda são religiões distintas, com práticas, fundamentos e visões espirituais diferentes.
O Candomblé tem origem direta nas tradições religiosas africanas, principalmente dos povos iorubás, jejes e bantos. É uma religião ancestral, com forte base ritualística, que cultua os orixás por meio de oferendas, danças, cânticos em línguas africanas e sacrifícios animais. Sua estrutura é marcada por uma hierarquia rigorosa e rituais iniciáticos que visam preservar o axé e o equilíbrio espiritual da comunidade.
Saiba outras diferenças e também semelhanças entre essas três religiões
A Umbanda, por sua vez, nasceu no Brasil no início do século XX, como fruto do sincretismo entre religiões africanas, o Espiritismo Kardecista, o Catolicismo popular e elementos da religiosidade indígena. Seu foco está na caridade, na elevação espiritual e no auxílio aos necessitados. As práticas da Umbanda são mais acessíveis e simbólicas, com uso de velas, defumação, ervas e pontos cantados. Suas entidades — como caboclos, pretos-velhos, exus e crianças — trabalham para orientar, curar e proteger.
A Quimbanda, muitas vezes mal compreendida, também cultua entidades espirituais, especialmente os Exus e as Pombagiras, mas com ênfase nas forças da polaridade, da transformação e da justiça espiritual. Diferente da Umbanda, que busca equilíbrio e cura, a Quimbanda trabalha diretamente com as energias de movimento, corte e resolução de conflitos, podendo lidar com demandas mais complexas da vida humana, como libertações e caminhos travados.
Comparando as três tradições:
Estrutura ritualística:
Candomblé: rituais estruturados, iniciações, oferendas complexas e sacrifícios rituais.
Umbanda: rituais simples, uso de ervas, cânticos e velas; incorporação mediúnica é central.
Quimbanda: trabalhos diretos com Exus e Pombagiras, envolvendo velas, bebidas, charutos e símbolos de força e transformação.
Divindades e entidades:
Candomblé: cultua os orixás em sua forma original africana.
Umbanda: trabalha com uma variedade de entidades espirituais (caboclos, pretos-velhos, crianças, exus, etc.).
Quimbanda: atua com Exus e Pombagiras como espíritos autônomos, ligados às energias de transformação, poder e justiça.
Propósito espiritual:
Candomblé: manter o axé, honrar os orixás e equilibrar o mundo espiritual com o material.
Umbanda: praticar a caridade, curar, orientar e evoluir espiritualmente.
Quimbanda: abrir caminhos, proteger, romper amarras e lidar com demandas do cotidiano humano.
Essas três tradições formam um rico mosaico da religiosidade brasileira, onde fé, ancestralidade e força espiritual caminham lado a lado, cada uma com sua missão e beleza própria.
O que acontece numa gira
Uma gira de Umbanda é uma cerimônia na qual os praticantes se reúnem para realizar diversos tipos de trabalhos espirituais, como incorporação de entidades, passes de energia, defumações, oferendas e cânticos.
Tudo o que você deve saber sobre a gira de Umbanda
Durante a gira, os médiuns podem entrar em contato com as entidades espirituais e transmitir mensagens e orientações para os presentes.
Orixás: quem são e como atuam
Na Umbanda, os orixás são forças divinas ligadas à natureza e aos elementos, cada um com uma vibração e domínio específicos.
É difícil precisar quantos orixás existem ao todo. Estima-se que, na África, haja mais de 400 divindades reconhecidas - embora esse número possa variar de acordo com a região e a tradição.
No Brasil, com o processo de ressignificação das religiões de matriz africana, são cultuados entre 20 e 30 orixás, dependendo da vertente religiosa e da casa em questão.
Além disso, há nações africanas que cultuam divindades semelhantes com outros nomes - como os inquices (povos bantos) e os voduns (povos jeje).
Cada orixá pode ter diferentes manifestações, conhecidas como qualidades, que revelam nuances da mesma energia sagrada.
Conheça a seguir os principais Orixás da Umbanda em nosso país:
Oxalá: É considerado o grande pai, o princípio da criação e da ordem cósmica. Representa a paz, a pureza e a sabedoria. Oxalá é associado à cor branca e é reverenciado como o grande pacificador.
Oxum: É a divindade feminina das águas doces, simbolizando o amor, a fertilidade, a beleza e a riqueza. Oxum é frequentemente representada como uma mulher elegante e sedutora, associada à cor amarela ou dourada.
Oxóssi: É o senhor das matas e das florestas, o caçador divino que provê o alimento para seu povo. Oxóssi representa a caça, a fartura e a proteção da natureza. Oxóssi é associado à cor verde e à flecha.
Xangô: É o senhor da justiça, do trovão e do fogo. Representa a autoridade, a sabedoria e a força. Xangô é invocado em questões judiciais e conflitos, sendo associado à cor vermelha e ao machado de dois gumes.
Ogum: É o guerreiro divino, o protetor dos caminhos, das batalhas e das conquistas. Ogum representa a coragem, a determinação e a superação dos obstáculos. Ogum é associado à cor vermelha ou azul e ao ferro.
Iemanjá: É a mãe dos oceanos, a protetora dos pescadores e dos navegantes. Representa o amor materno, a fertilidade e a proteção. Iemanjá é associada à cor azul e é reverenciada especialmente nas praias e nas águas.
Iansã: É a senhora dos ventos, das tempestades e dos raios. Representa a força, a transformação e a proteção contra os inimigos. Iansã é associada à cor vermelha ou rosa e ao vento.
Oxumaré: É o ser divino da dualidade, representando o arco-íris e a renovação cíclica da vida. Oxumaré simboliza a mudança, a transformação e a união de opostos. Está associado às cores do arco-íris.
Nanã: É a divindade ancestral das águas paradas, representando a sabedoria, a ancestralidade e o respeito aos mais velhos. Nanã é associada à cor lilás ou roxa.
Obaluaiê: É o senhor das doenças e das curas, o guardião das almas dos mortos. Obaluaiê representa a cura, a transformação e a superação das enfermidades. Ele é associado à cor marrom ou preta e ao culto aos ancestrais e também é conhecido como Omolu.
Ossaim: Além de ser o guardião das folhas e dos segredos das plantas medicinais, Ossaim é considerado o senhor dos segredos da natureza, possuindo profundo conhecimento sobre as propriedades das plantas na cura física e espiritual.
Logunedé: Além de unir as características de Oxum e Oxóssi, Logunedé é frequentemente associado à juventude, à beleza e à harmonia. Ele representa a união das energias femininas e masculinas, simbolizando a dualidade e a complementaridade.
Ibeji: Representa a alegria, a pureza e a inocência infantil, os Ibejis são cultuados como protetores das crianças e como símbolos de fertilidade e prosperidade.
Oxalufã: Além de ser uma forma idosa de Oxalá, Oxalufã é reverenciado como o mais sábio e paciente dos Orixás. Ele representa a sabedoria que vem com a idade avançada e a serenidade diante das adversidades.
Oxaguiã: Além de ser filho de Iemanjá e Oxalá, Oxaguiã é associado à renovação e à superação de desafios. Ele é reverenciado como um guerreiro divino que traz consigo a energia de proteção, coragem e determinação para enfrentar as dificuldades da vida.
Entidades espirituais da Umbanda
Além dos Orixás, a Umbanda também cultua uma variedade de entidades espirituais, como Caboclos, Pretos-velhos, Exus, Pombagiras, Erês, Malandros, Ciganos, Marinheiros e Baianos. Cada uma dessas entidades da Umbanda possui características e atribuições específicas. Diversos tipos de entidades auxiliam na caridade e no desenvolvimento espiritual:
Caboclos: espíritos de indígenas de grande luz e força espiritual. Trabalham na cura, na limpeza energética e na conexão com a natureza. Os Caboclos estão associados à coragem, ao conhecimento ancestral e à sabedoria das matas.
Pretos-velhos: entidades sábias que representam os antigos escravizados, trazendo humildade, paciência e acolhimento. As mensagens dos Pretos-velhos são cheias de ensinamentos sobre perdão, fé, resignação e amor ao próximo.
Exus: espíritos guardiões que atuam nos caminhos, cruzilhadas e fronteiras espirituais. Os Exus trabalham com a justiça, a proteção e a movimentação de energias, ajudando a abrir ou encerrar ciclos. Estão ligados à força, equilíbrio e transformação.
Pombagiras: entidades femininas de extrema sensibilidade e poder, que atuam na cura emocional, autoestima e libertação de padrões. As Pombagiras representam a sensualidade sagrada, a justiça e o empoderamento feminino.
Erês: também conhecidos como Ibejis, são crianças espirituais que irradiam pureza, leveza e alegria. Os Erês trabalham na renovação das energias, na desobstrução de caminhos e no despertar da inocência interior.
Malandros: entidades espirituais que carregam a vibração da malandragem positiva, da astúcia e da leveza diante das adversidades da vida. Os Malandros ensinam sobre sabedoria de rua, liberdade e inteligência emocional.
Ciganos: espíritos ligados à liberdade, ao mistério e à magia dos povos nômades. Os Ciganos trazem ensinamentos sobre amor, prosperidade, intuição e caminhos espirituais. São associados à arte, dança, oráculos e movimento.
Marinheiros: entidades alegres e descontraídas, que trazem equilíbrio emocional, proteção espiritual e boas marés. Os Marinheiros estão relacionados à força das águas, à flexibilidade e à superação das turbulências da vida.
Baianos: espíritos vibrantes que representam a fé, a alegria e a resistência do povo nordestino. Os Baianos atuam com bom humor, firmeza e sabedoria popular, ensinando sobre superação, trabalho e espiritualidade no dia a dia.
Boiadeiros: espíritos ligados às lidas do campo, à força bruta e à liberdade. Os Boiadeiros carregam a energia da coragem, da determinação e do equilíbrio entre o instinto e a espiritualidade.
O que são as falanges espirituais na Umbanda?
Na Umbanda, as falanges espirituais são agrupamentos de entidades que atuam sob a mesma vibração ou linha de trabalho, seguindo a orientação de um mentor espiritual principal.
Em outras palavras, uma falange é como uma “equipe espiritual” organizada por afinidade vibratória, missão e forma de atuação. Essa estrutura facilita o trabalho dentro dos terreiros e mantém a ordem nas giras.
Cada linha da Umbanda (como a dos Caboclos, Pretos-Velhos, Exus ou Crianças) abriga diversas falanges, compostas por entidades que compartilham funções semelhantes. Por exemplo, dentro da Linha dos Caboclos, há falanges como a do Caboclo Pena Branca, Caboclo Tupinambá, Caboclo Ubirajara, entre outras.
Como funcionam as falanges na prática?
Durante os trabalhos espirituais, cada médium costuma incorporar uma entidade que faz parte de uma falange específica.
Embora os nomes das entidades possam variar, elas carregam a mesma essência vibratória e missão.
Assim, um médium pode incorporar um Caboclo de Ogum que pertence à falange do Caboclo Sete Espadas, enquanto outro pode trabalhar com um Caboclo da mesma falange, mas com outro nome espiritual.
Essa diversidade de manifestações permite que as falanges atendam de forma personalizada às necessidades dos consulentes, sem perder a coerência e a harmonia da linha espiritual à qual pertencem.
Falange não é o mesmo que entidade
É importante entender que a falange representa uma coletividade espiritual, e não apenas um espírito específico. Ou seja, quando se fala da “falange do Caboclo Pena Branca”, isso não significa apenas uma entidade chamada Pena Branca, mas sim um conjunto de espíritos que trabalham sob sua vibração e orientação.
Por que conhecer as falanges é importante?
Compreender o funcionamento das falanges ajuda a aprofundar a vivência umbandista, respeitar a diversidade espiritual dentro das giras e fortalecer a conexão com as entidades. Além disso, esse conhecimento pode auxiliar médiuns em desenvolvimento a identificar melhor os guias com quem trabalham e a respeitar suas hierarquias espirituais.
As 7 linhas de Umbanda
As sete linhas da Umbanda representam diferentes aspectos da espiritualidade e são associadas a diferentes tipos de entidades e energias.
Saiba quais são as linhas:
Linha de Oxalá
Representa a luz, a pureza, a fé e a espiritualidade elevada. É a linha da paz e da conexão direta com o divino, regida por Oxalá.
Entre as falanges que vibram nessa linha, destacam-se os Pretos-Velhos de Oxalá, os Mensageiros de Luz e os Anjos Guardiões de Oxalá. Essas entidades atuam promovendo equilíbrio, harmonia e inspiração espiritual.
Linha de Ogum
É a linha da força, coragem, proteção e ação, regida por Ogum, o guerreiro espiritual.
Nessa linha, atuam falanges como os Caboclos Guerreiros, os Exus de Ogum e os Mestres da Espada. Eles trabalham abrindo caminhos, afastando obstáculos e oferecendo proteção contra energias negativas.
Linha de Oxóssi
Regida por Oxóssi, essa linha vibra no conhecimento, na sabedoria e na conexão com a natureza.
Entre suas falanges mais conhecidas estão os Caboclos de Oxóssi, os Caçadores da Mata e os Curadores Verdes, que utilizam as forças naturais para auxiliar no desenvolvimento espiritual e na cura.
Linha de Xangô
A linha da justiça, equilíbrio e poder, regida por Xangô.
Suas falanges incluem os Bantos de Xangô, os Iorubás Guerreiros e os Juízes Espirituais, que atuam na restauração da ordem divina e na busca pela justiça verdadeira, desprovida de ego.
Linha das Águas
Essa linha engloba as orixás femininas das águas, como Iemanjá, Oxum e Iansã.
Nela atuam falanges como as Caboclas das Águas, as Pretas-Velhas de Oxum, as Iabás e as Encantadas das Águas Doces.
Essas entidades cuidam das emoções, da cura afetiva e do equilíbrio espiritual, trazendo amor e acolhimento.
Linha de Yori e Yorimá
Essas linhas representam espíritos infantis e ancestrais, respectivamente.
A Linha de Yori, regida por Ibeji, conta com falanges de Erês e espíritos infantis que trazem pureza e alegria.
Já a Linha de Yorimá, ligada aos Pretos-Velhos e Ancestrais, conta com falanges como os Pretos-Velhos de Umbanda e os Mestres Ancestrais, que ensinam com humildade e sabedoria.
Linha do Oriente
Formada por entidades de diversas tradições espirituais orientais e esotéricas, incluindo ciganos, espíritos hindus, árabes e budistas.
Entre suas falanges estão os Guias do Oriente, os Mestres da Luz e os Curadores Espirituais, que promovem cura, sabedoria e elevação espiritual por meio de práticas de meditação, passes e ensinamentos filosóficos.
Pontos da Umbanda
Na Umbanda, os pontos cantados são verdadeiras orações em forma de música. Eles têm o poder de invocar as entidades espirituais, proteger os trabalhos no terreiro, elevar a vibração do ambiente e fortalecer a fé dos presentes.
Cada ponto tem uma função específica - seja para abrir os rituais, firmar a energia, conduzir os atendimentos ou encerrar as giras. A musicalidade envolve atabaques, palmas e vozes em coro, criando uma atmosfera profunda de conexão com o plano espiritual.
Além dos pontos tradicionais, que são passados de geração em geração, também existem os pontos riscados (feitos com pemba no chão) e os pontos específicos de cada entidade, como Caboclos, Pretos-Velhos, Crianças, Exus e Orixás. Mais do que cantos, os pontos da Umbanda são ferramentas de cura, fé e sintonia com o sagrado.
Um dos cantos mais simbólicos da religião é o Hino da Umbanda, composto por Leopoldo Froes e Zélio Fernandino de Moraes, fundador da Umbanda no Brasil.
Ouça o Hino da Umbanda e sinta a vibração dessa força ancestral
Esse hino representa a fé, os valores e os princípios da religião:
“Refletiu a luz divina
Com todo seu esplendor
Vindo do infinito
Com seu raio de amor
Na sagrada falange
Do Divino Criador
Pai Oxalá…”
O Hino da Umbanda é entoado em datas comemorativas e em cerimônias especiais, como forma de exaltar a missão espiritual da Umbanda e sua mensagem de paz, caridade e amor ao próximo.
Guias e cores: a simbologia dos colares
Na Umbanda, as guias - colares feitos com contas coloridas - são símbolos importantes que representam as diferentes linhas de trabalho espiritual e as energias dos Orixás.
Cada cor carrega um significado próprio e vibra em uma frequência específica, ajudando a atrair, canalizar e proteger as energias durante os rituais.
Conheça também as cores dos Orixás!
Esses colares funcionam como verdadeiros instrumentos de conexão e proteção, fortalecendo a ligação do médium com sua entidade espiritual e a linha à qual pertence.
Confira abaixo as principais cores das guias e seus respectivos significados:
Branco: paz, pureza, fé e Oxalá.
Azul: tranquilidade, harmonia, proteção e Iemanjá.
Amarelo: prosperidade, alegria, riqueza e Oxum.
Vermelho: paixão, força, vitalidade e Xangô.
Verde: saúde, cura, natureza e Oxóssi.
Roxo: espiritualidade, transmutação, justiça e Iansã.
Marrom: força, trabalho, justiça e Xangô.
Preto: proteção, ancestralidade, sabedoria e Exu.
Rosa: amor, carinho, fertilidade e Oxum.
Laranja: criatividade, energia, dinamismo e Iansã.
Prata: intuição, mediunidade, paz e Oxalá.
Dourado: prosperidade, abundância, riqueza e Oxum.
Usar as guias com consciência e respeito reforça a fé e ajuda a manter o equilíbrio energético durante as práticas umbandistas.
Casas de Umbanda: terreiros e centros espirituais
Na Umbanda, os locais onde ocorrem os cultos e os trabalhos espirituais recebem nomes variados, como “casa de Umbanda”, “centro de Umbanda”, “tenda” ou “terreiro”.
Não existe um termo único ou oficial para esses espaços, pois a nomenclatura pode mudar conforme a tradição regional, a linhagem da casa e as preferências dos praticantes.
Independentemente do nome, esses ambientes são espaços sagrados de encontro, oração, cura e aprendizado, onde a comunidade se reúne para celebrar a fé, realizar giras, prestar homenagem aos Orixás e atender às demandas espirituais.
Umbanda no Brasil: resistência, cultura e fé
A Umbanda é uma religião genuinamente brasileira, resultado da união harmoniosa entre as tradições africanas, a espiritualidade dos povos indígenas, o catolicismo, o espiritismo kardecista e outras influências.
Com milhões de seguidores em todo o país, a Umbanda representa muito mais do que uma prática religiosa: é um símbolo de resistência cultural e espiritual diante de desafios históricos e sociais.
Essa fé vibrante fortalece comunidades, preserva saberes ancestrais e celebra a diversidade do Brasil.
Ao longo dos séculos, a Umbanda tem resistido a preconceitos e perseguições, mantendo viva a conexão com as raízes e promovendo a cura, o amor e a solidariedade entre seus adeptos.
Sua presença marcante nas mais diversas regiões do país reafirma sua importância como patrimônio cultural e fonte profunda de esperança e renovação.
Tabus e preconceitos ainda enfrentados
A religião é cercada de diversos tabus e falsas verdades. Alguns dos tabus comuns sobre a Umbanda incluem:
A Umbanda é uma religião de magia negra?
Mito: A Umbanda é uma religião afro-brasileira que baseia seus princípios na caridade, no amor e no auxílio ao próximo. A magia negra é uma prática totalmente deturpada e não condiz com os fundamentos da Umbanda.
A Umbanda é uma religião do diabo?
Mito: Essa crença está relacionada à falta de conhecimento e à desinformação. A Umbanda reconhece um Deus único e criador, e as entidades que se manifestam nos trabalhos são guias espirituais que auxiliam na caridade e no desenvolvimento espiritual.
A Umbanda é uma religião que faz mal?
Mito: A Umbanda trabalha com energias positivas e curadoras, com o objetivo de promover o bem-estar físico, mental e espiritual das pessoas.
Conheça outros mitos e verdades sobre a Umbanda
A Umbanda nos convida a caminhar por uma estrada iluminada pela fé, onde a espiritualidade se manifesta não apenas em rituais e cantos, mas sobretudo no amor ao próximo e na prática da caridade. É uma religião que celebra a união entre o humano e o divino, ensinando que o verdadeiro poder está na humildade, no respeito e na doação sincera.
Em seus terreiros, cada gesto, cada palavra entoada, ressoa como um chamado à transformação interior e ao cuidado com o outro. A Umbanda mostra que a espiritualidade é viva e pulsante quando guiada pela compaixão, quando usada para curar feridas, aliviar dores e fortalecer laços.
Mais do que crenças ou símbolos, a Umbanda é uma experiência de amor em ação, onde a luz dos Orixás e a sabedoria das entidades espirituais nos inspiram a sermos melhores, a construir pontes de paz e a cultivar a esperança em nossos corações.
Que esse caminho de fé e solidariedade continue a iluminar vidas, abrindo portas para a harmonia, a cura e a verdadeira conexão com o sagrado.
Umbanda: